6 de jan. de 2008

Parte 04

A escuridão seria total se não fossem as poucas tochas que iluminavam as ruas e o silencio noturno era apenas quebrado pelo som das ondas se chocando contra os rochedos, ou pelo grito longínquo de alguma criatura marinha. O cavalo bufava mal-humorado conforme o feiticeiro lhe colocava a sela, inconformado por ter sido acordado tão cedo que nem o galo havia cantado ainda. Scal não levava muita bagagem, imaginava que seria uma viajem rápida, pretendia estar de volta no máximo no anoitecer do dia seguinte. Ajeitou sua mochila no lombo do animal e montara logo em seguida. Tocara o animal uma vez, duas, três vezes antes que o cavalo resolvesse cooperar e seguir viajem. Pouca coisa acontecera no caminho até a entrada da cidade, alguns guardas da milícia passando, bêbados dormindo na entrada de tavernas e um ou outro trabalhador dedicado iniciando seu dia de labuta.
As estrelas possuíam um brilho sombrio aquela madrugada, um brilho que preocupava Scal. Não era muito bom em magias de divinação, mas aprendera a ler as estrelas, embora ainda precisasse consultar livros para se certificar de suas previsões. Ajeitou-se melhor em sua capa de viajem e apertou o passo, um arrepio acabara de lhe percorrer a espinha, e tudo o que lhe ocorrera no momento era que talvez estivesse levando bagagem de menos para aquela viajem.
A viagem teria corrido tranqüila, não pelo inconveniente encontro com uma trupe de goblins saqueadores, nada que ele não pudesse dar conta, mas aquilo atrasara sua viajem em vários minutos. O sol já se preparava para fazer sua decida rumo ao horizonte leste quando Scal tomou a estrada que levava diretamente à Sunspeak, era só fazer a curva a direita e chegaria ao vilarejo. Parou abruptamente alguns metros à frente. Olhou estupefato o enorme buraco que havia se formado no ponto exato onde a pequena vila campestre deveria estar.
O feiticeiro saltou do cavalo e se aproximou da formação, tinha certeza de que ali era Sunspeak. Já fizera aquele caminho incontáveis vezes, não poderia ter se enganado. Se abaixou próximo a borda e tocou o chão, recitando palavras de uma língua já esquecida, a não ser pelos estudantes das artes arcanas. A resposta à sua magia fora tão intensa que Scal saltara para trás, assustado com o resultado. Havia acabado de confirmar, era magia que fizera aquele estrago, e não a magia mundana que era facilmente adquirida através de estudos e paciência, era magia antiga em seu estado mais puro, porem exalando uma energia maligna que Scal nunca sentira antes. Deixou seu corpo cair sobre a grama e ficou observando a cratera, se recordando das ultimas palavras de seu mestre. A “chave rubra” havia sido encontrada por uma entidade de pura maldade. Nada disso importaria à Scal, sempre fora mais centrado em seus próprios assuntos, pouco se importando com os outros, mas sem desejar mal a ninguém, mas as palavras escritas no verso do mapa o fizeram engolir seco: onde o fim se inicia. Respirou fundo e se pôs a pensar, talvez fosse o fim de alguma coisa sem importância, seu mestre tinha o habito de exagerar um pouco as coisas, talvez pelo fato de tudo ser grande demais para ele. Precisava investigar, e existia apenas uma pessoa naquelas terras em quem poderia confiar, um homem bondoso e nobre que varias vezes visitara seu mestre em busca de conselhos, o dono do vale que levava seu nome, o Paladino conhecido com Krane Sisck.
Scal rapidamente se levantou e se apressou em direção ao cavalo, montou-o e partiu a toda velocidade em direção ao Vale dos Krane, com sorte o Paladino estaria em casa e poderia ajuda-lo. Mal sabendo ele que agora era uma corrida contra o tempo.

3 comentários:

Éb disse...

é o sauron! XD
hmmm, simpatizei mais com o Scal do que com o Krane

Jesper disse...

Preguiça de mudar de email.

O_O wow magia de 10° circulo que não existe mais fez aquilo com a vila?

*lembra da história do deserto de anarok*

^o) Acho que é esse o nome do deserto de Faerun.

Gabi Gabriela disse...

agora tudo começa a fazer sentido

good...