3 de jan. de 2008

Prólogo

O cheiro do sangue se misturava ao da lama. Os gritos ainda ecoavam por toda a planície, como um cântico desordenado para a sinfonia de espadas chocando-se umas com as outras e eventuais explosões. O Pântano dos Agulheiros, quem poderia adivinhar que seria ali, naquele lugar pútrido, que a jornada terminaria.
O jovem de olhos azuis, outrora tão vivos, se debruçava diante do corpo caído de seu protetor, apenas alguns anos mais velho que ele. As lagrimas escorriam pelo seu rosto conforme sentia seu coração apertar. Não queria ceder, não poderia ceder. Porem, não haveria escolha, seria a única chance de sobrevivência daquele grupo que já se arriscava demais por ele, ao menos eles mereciam ver um novo dia.
O garoto beijou a testa de seu amigo e mentor. As palavras que saíram de sua boca fracas na forma de um singelo “me perdoe”. Apenas uma sombra podia ser notada, se erguendo em meio ao lodo. Afastou os cabelos sujos do rosto e fechou os olhos, deixou a ira domina-lo lentamente, era o único meio. Sentiu o corpo esquentar em uma sensação que, infelizmente, já lhe era conhecida. Até que finalmente...

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